Eudemonia[1] (do grego antigo: εὐδαιμονία) ou eudemonismo[2] é um termo grego que literalmente significa "o estado de ser habitado por um bom daemon, um bom gênio", e, em geral, é traduzido como felicidade ou bem-estar. Contudo, outras traduções têm sido propostas para melhor expressar o que seria um estado de plenitude do ser.[3]
Os estoicos apresentaram muitas estratégias práticas para avançar para a Eudemonia. "Viver de acordo com a natureza" era uma máxima central no estoicismo.[4]
Etimologia
A palavra é composta por "eu" ("bom") e "daimōn" ("espírito"). Trata-se de um dos conceitos centrais na ética e na filosofia política de Aristóteles, juntamente com "areté" (geralmente traduzido como "virtude" ou "excelência") e "phronesis" (frequentemente traduzido como prudência ou "sabedoria prática").[5] Na obra de Aristóteles, a palavra 'eudaimonia' foi usada (com base na tradição grega mais antiga) como equivalente ao supremo bem humano, sendo o objetivo da filosofia prática — incluindo a ética e a filosofia política — definir o que é esse bem e como pode ser alcançado.
As relações entre virtude de caráter (ethikē aretē) e a felicidade (eudaimonia) constituem uma das principais questões da ética, entre os filósofos da Grécia Antiga, havendo muita controvérsia sobre o tema. Em consequência, há também diversas formas de eudemonismo. Dentre essas formas, duas das mais influentes são a de Aristóteles[6] e a dos estoicos. Aristóteles considera a virtude e o seu exercício como o mais importante constituinte da eudaimonia (εὐδαιμονία), mas reconhece também a importância dos bens externos, como a saúde, a riqueza e a beleza. Já os estoicos consideram a virtude necessária e suficiente para a eudaimonia e, portanto, negam a necessidade de bens externos.[7]
Ver também
Referências
- ↑ Infopédia. «eudemonia | Dicionário Infopédia da Língua Portuguesa». infopedia.pt - Porto Editora. Consultado em 15 de maio de 2023
- ↑ Infopédia. «eudemonismo | Dicionário Infopédia da Língua Portuguesa». infopedia.pt - Porto Editora. Consultado em 15 de maio de 2023
- ↑ Daniel N. Robinson. (1999). Aristotle's Psychology. ISBN 0-9672066-0-X ISBN 978-0967206608
- ↑ «Viver de acordo com a natureza – O objetivo estoico de vida»
- ↑ Rosalind Hursthouse (18 de julho de 2007). «Virtue Ethics». Stanford Encyclopedia of Philosophy
- ↑ Verena von Pfetten (4 de setembro de 2008). «5 Things Happy People Do». Huffington Post.
Em seu tempo [de Aristóteles], os gregos acreditavam que cada criança, ao nascer, recebia um daemon pessoal que personificava a melhor expressão possível da natureza daquela criança. O daemon era comparado a uma estatueta de ouro que só seria revelada ao se quebrar a camada externa de cerâmica barata que a envolvia (o aspecto exterior da pessoa).
- ↑ Jacobs, J.A. (2012). Reason, Religion, and Natural Law: From Plato to Spinoza. [S.l.]: OUP USA. ISBN 9780199767175. LCCN 2012001316