Mostrando postagens com marcador Budismo Zen. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Budismo Zen. Mostrar todas as postagens

23_04

KOAN ZEN - 2

 

Quando um jovem estudante Zen, visitou um mestre após outro. Ele então foi até Dokuon de Shokoku. Desejando mostrar o quanto já sabia, ele disse, vaidoso: “A mente, Buddha, e os seres sencientes, além de tudo, não existem. A verdadeira natureza dos fenómenos é vazia. Não há realização, nenhuma delusão, nenhum sábio, nenhuma mediocridade. Não há o Dar e tampouco nada a receber!”

Dokuon, que estava fumando pacientemente, nada disse. Subitamente ele acertou Yamaoka na cabeça com seu longo cachimbo de bambu. Isto fez o jovem ficar muito irritado, gritando insultos.
“Se nada existe,” perguntou, calmo, Dokuon, “de onde veio toda esta sua raiva?”

Publicado no site Olhar Budista



KOAN ZEN - 1

Um homem, viajando em um campo, encontrou um tigre. Ele correu, com o tigre em seu encalço. Aproximando-se de um precipício, tomou as raízes expostas de uma vinha selvagem em suas mãos, e pendurou-se precipitadamente abaixo, na beira do abismo. O tigre o farejava acima. Tremendo, o homem olhou para baixo e viu, no fundo do precipício, outro tigre a esperá-lo. Apenas a vinha o sustinha. Mas, ao olhar para a planta, viu dois ratos, um negro e outro branco, roendo aos poucos a sua raiz. Neste momento, seus olhos perceberam um belo morango vicejando perto. Segurando a vinha com uma mão, ele pegou o morango com a outra e o comeu. — Que delícia! — ele disse.

Publicado no site Olhar Budista



KOAN ZEN - 6

 

Certa vez existiu um grande guerreiro. Ainda que muito velho, ele ainda era capaz de derrotar qualquer desafiante. Sua reputação estendeu-se longe e amplamente através do país e muitos estudantes reuniam-se para estudar sob sua orientação.

Um dia um infame jovem guerreiro chegou à vila. Ele estava determinado a ser o primeiro homem a derrotar o grande mestre. Junto à sua força, ele possuía uma habilidade fantástica em perceber e explorar qualquer fraqueza em seu oponente, ofendendo-o até que a este perdesse a concentração. Ele esperaria então que seu oponente fizesse o primeiro movimento, e assim revelando sua fraqueza, e então atacaria com uma força impiedosa e velocidade de um raio. Ninguém jamais havia resistido em um duelo contra ele além do primeiro movimento.
Contra todas as advertências de seus preocupados estudantes, o velho mestre alegremente aceitou o desafio do jovem guerreiro. Quando os dois se posicionaram para a luta, o jovem guerreiro começou a lançar insultos ao velho mestre. Ele jogava terra e cuspia em sua face.
Por horas ele verbalmente ofendeu o mestre com todo o tipo de insulto e maldição conhecidos pela humanidade. Mas o velho guerreiro meramente ficou parado ali, calmamente. Finalmente, o jovem guerreiro finalmente ficou exausto. Percebendo que tinha sido derrotado, ele fugiu vergonhosamente.
Um tanto desapontados por não terem visto seu mestre lutar contra o insolente, os estudantes aproximaram-se e lhe perguntaram: “Como o senhor pôde suportar tantos insultos e indignidades? Como conseguiu derrotá-lo sem ao menos se mover?”
“Se alguém vem para lhe dar um presente e você não o aceita,” o mestre replicou, “para quem retorna este presente?”

Publicado no site Olhar Budista



KOAN ZEN - 5

 

Uma noite quando Shichiri Kojun estava recitando sutras um ladrão com uma espada entrou em seu zendo, exigindo seu dinheiro ou a sua vida.

Shichiri disse-lhe:
“Não me perturbe. Você pode encontrar o dinheiro naquela gaveta.” E retomou sua recitação. Um pouco depois ele parou de novo e disse ao ladrão:
“Não pegue tudo. Eu preciso de alguma soma para pagar os impostos amanhã.”
O intruso pegou a maior parte do dinheiro e principiou a sair.
“Agradeça à pessoa quando você recebe um presente,” Shichiri acrescentou.
O homem lhe agradeceu, meio confuso, e fugiu.
Poucos dias depois o indivíduo foi preso e confessou, entre outras coisas, a ofensa contra Shichiri.
Quando Shichiri foi chamado como testemunha ele disse:
“Este homem não é ladrão, ao menos tanto quanto me diz respeito. Eu lhe dei o dinheiro e ele inclusive me agradeceu por isso.”
Após o homem ter cumprido sua pena, ele foi a Shichiri e tornou-se um de seus discípulos.

Publicado no site Olhar Budista



KOAN ZEN - 7


Roshi Kapleau (um mestre Zen moderno) concordou em falar a um grupo de psicanalistas sobre Zen. Após ser apresentado ao grupo pelo diretor do instituto analítico, o Roshi quietamente sentou-se sobre uma almofada colocada sobre o chão. Um estudante entrou, prostrou-se diante do mestre, e então sentou-se em outra almofada próxima, olhando seu professor.
“O que é Zen?” o estudante perguntou. O Roshi pegou uma banana, descascou-a, e começou a comê-la.
“Isso é tudo? O senhor não pode me dizer nada mais?” o estudante disse.
“Aproxime-se, por favor.” O mestre replicou. O estudante moveu-se mais para perto e Roshi balançou o que restava da banana em frente ao rosto do outro. O estudante fez uma reverência e partiu.
Um segundo estudante levantou-se e dirigiu-se à audiência:
“Vocês todos entenderam?” Quando não houve resposta, o estudante adicionou:
“Vocês acabaram de testemunhar uma completa demonstração do Zen. Alguma questão?”
Após um longo silêncio constrangido, alguém falou.
“Roshi, eu não estou satisfeito com sua demonstração. O senhor nos mostrou algo que eu não tenho certeza de ter compreendido. DEVE existir uma maneira de nos DIZER o que é o Zen!”
“Se você insiste em usar mais palavras,” o Roshi replicou, “então Zen é ‘um elefante copulando com uma pulga…'”.

Publicado no site Olhar Budista



KOAN ZEN - 3

 

Um homem muito rico pediu a Sengai para escrever algo pela continuidade da prosperidade de sua família, de modo que esta pudesse manter sua fortuna de geração a geração.

Sengai pegou uma longa folha de papel de arroz e escreveu: “Pai morre, filho morre, neto morre.”
O homem rico ficou indignado e ofendido. “Eu lhe pedi para escrever algo pela felicidade de minha família! Porque fizeste uma brincadeira destas?!?”
“Não pretendi fazer brincadeiras,” explicou Sengai tranquilamente. “Se antes da sua morte seu filho morrer, isto iria magoá-lo imensamente. Se seu neto se fosse antes de seu filho, tanto você quanto ele ficariam arrasados. Mas se sua família, de geração a geração, morrer na ordem que eu escrevi, isso seria o mais natural curso da Vida. Eu chamo a isso a Verdadeira Riqueza.”

Publicado no site Olhar Budista



KOAN ZEN - 45

 


Shin-kung perguntou a um dos seus mais inteligentes monges:
“Podeis capturar o Vazio?”
“Sim, senhor”, replicou ele.
“Mostrai-me como fazes,” pediu o mestre.
O monge abriu os braços e açambarcou o espaço vazio. Shin-kung disse:
“É essa a maneira? Apesar de tudo, não capturou coisa alguma.”
“Então,” replicou o monge um tanto ofendido, “qual é o método que usas?”
O mestre segurou o nariz do aluno e deu um forte puxão. O rapaz gritou:
“Aaiii! Estás puxando com muita força! Está me machucando!”
O mestre replicou:
“Perfeito! Essa é a maneira de realmente capturar o Vazio!”

Publicado no site Olhar Budista



KOAN ZEN - 44

 

Um dia um discípulo perguntou ao seu professor:
“Mestre, todas as coisas existentes têm de extinguir-se, mas há uma Verdade Eterna?”
“Sim,” disse o mestre. E apontou para o jardim:
“Ela é como as flores do campo, que de tão belas parecem brocados de pura seda; como um riacho aparentemente imóvel, mas que de facto está fluindo suavemente para o oceano.”
Publicado no site Olhar Budista



KOAN ZEN - 43

 

Uma velha construiu uma cabana para um monge e o alimentou por vinte anos, como forma de adquirir méritos. Certo dia, como forma de experimentar a sabedoria adquirida pelo monge, a velha pediu à jovem mulher que levava ao monge o alimento todos os dias (já que a velha senhora não podia mais fazer o caminho com frequência) que o abraçasse. Ao chegar à cabana, a menina encontrou o monge em zazen. Ela abraçou-o e perguntou-lhe se gostava dela. O monge, frio e indiferente, disse de forma dura:
“É como se uma árvore seca estivesse abraçada a uma fria rocha. Está tão frio como o mais rigoroso inverno, não sinto nenhum calor.”
A jovem retornou, e disse o que o monge fez. A velha, irritadíssima, foi até lá, expulsou o monge e queimou a cabana. Enquanto ele se afastava, ela gritou:
“E eu, que passei vinte anos sustentando um idiota!”

Publicado no site Olhar Budista



KOAN ZEN - 42


Certa vez, um homem encontrou Joshu, que estava atarefado em limpar o pátio do mosteiro.
Feliz com a oportunidade de falar com um grande Mestre, o homem, imaginando conseguir de Joshu respostas para a questão metafísica que lhe estava atormentando, lhe perguntou:
“Oh, Mestre! Diga-me: onde está o Caminho?”
Joshu, sem parar de varrer, respondeu solícito:
“O caminho passa ali fora, depois da cerca.”
“Mas,” replicou o homem meio confuso, “eu não me refiro a esse caminho.”
Parando seu trabalho, o Mestre olhou-o e disse:
“Então de que caminho se trata?”
O outro disse, em tom místico:
“Falo, mestre, do Grande Caminho!”
“Ahhh, esse!” sorriu Joshu. “O grande caminho segue por ali até a Capital.” E continuou a sua tarefa. 

Publicado no site Olhar Budista



KOAN ZEN - 41

 

Na China, havia um monge Zen, chamado mestre Dori, que, por fazer zazen empoleirado num pinheiro pára-sol, fora alcunhado de mestre Ninho de Passarinho Um poeta muito célebre, Sakuraten, foi visitá-lo e, ao vê-lo fazer zazen, disse-lhe:
“Tomai cuidado, que isso é perigoso; podereis, um dia, cair do pinheiro!”
“De maneira nenhuma,” respondeu mestre Dori. “Vós é que correis perigo de um dia cair.”
Sakuraten refletiu. “Com efeito, vivo dominado por paixão, é como brincar com o raio”. E perguntou ao mestre Zen:
“Qual é a verdadeira essência do budismo?”
Mestre Dori respondeu:
“Não façais nada violento, praticai somente o aquilo que é justo e equilibrado.”
“Mas até uma criança de três anos sabe disso!” exclamou o poeta.
“Sim, mas é uma coisa difícil de ser praticada até mesmo por um velho de oitenta anos…” completou o mestre.

Publicado no site Olhar Budista



KOAN ZEN - 40

 

Quando jovem, Baso praticava incessantemente a Meditação. Certa ocasião, seu Mestre Nangaku aproximou-se dele e perguntou-lhe:
– Por que praticas tanta Meditação?
– Para me tornar um Buddha.
O Mestre tomou de uma telha e começou a esfregá-la com um pedra. Intrigado, Baso perguntou:
– O que fazeis com essa telha?
– Pretendo transformá-la num espelho.
– Mas por mais que a esfregueis, ela jamais se transformará num espelho! será sempre uma pedra.
– O mesmo posso dizer de ti. Por mais que pratiques Meditação, não te tornarás Buda.
– Então o que fazer?
– É como fazer um boi andar.
– Não entendo.
– Quando queres fazer um carro de bois andar, bates no boi ou no carro?
Baso não soube o que responder e então o Mestre continuou:
– Buscar o Estado de Buda fazendo apenas Meditação é matar o Buda. Dessa maneira, não acharás o caminho certo.

Publicado no site Olhar Budista



KOAN ZEN - 47

 

Um dia, um discípulo foi ao mestre Kian-fang e perguntou-lhe:
“Todas as direções levam ao caminho de Buddha, mas apenas uma conduz ao Nirvana. Por favor, mestre, diga-me onde começa este Caminho?”
O velho mestre fez um risco no chão com seu bastão e disse:
“Aqui”.

Publicado no site Olhar Budista



KOAN ZEN - 46

 

Num dia chuvoso, quando estava sentado com um discípulo no salão do templo e ouvindo as gotas d’água batendo suavemente no telhado e no pátio, o mestre Jing-qing perguntou ao outro monge:
“É a chuva,” respondeu o monge. O mestre disse:
“Ao buscar fora de si mesmos alguma coisa, todos os seres se confundem com os significados.”
“Então,” replicou o discípulo, “como deveria eu me sentir em relação ao que percebo, Mestre?”
O sábio apenas disse:
“Eu sou o barulho da chuva.”
“Que som é aquele lá fora?”

Publicado no site Olhar Budista




KOAN ZEN - 39

 

Um estudante foi ao seu professor e disse fervorosamente: “Eu estou ansioso para entender seus ensinamentos e atingir a Iluminação! Quanto tempo vai demorar para eu obter este prémio e dominar este conhecimento?”
A resposta do professor foi casual: “Uns dez anos…”
Impacientemente, o estudante completou: :”Mas eu quero entender todos os segredos mais rápido do que isto! Vou trabalhar duro! Vou praticar todo o dia, estudar e decorar todos os sutras, farei isso dez ou mais horas por dia!! Neste caso, em quanto tempo chegarei ao objetivo?”
O professor pensou um pouco e disse suavemente: “Vinte anos.”

Publicado no site Olhar Budista



KOAN ZEN - 38

 

Quatro monges decidiram meditar em silêncio completo, sem falar por duas semanas. Na noite do primeiro dia a vela começou a falhar e então apagou-se.
O primeiro monge disse, “Oh, não! A vela apagou-se!”
O segundo comentou, “Não tínhamos que ficar em silêncio completo?”
O terceiro reclamou, “Por que vocês dois quebraram o silêncio?”
Finalmente o quarto afirmou, todo orgulhoso, “Aha! Eu sou o único que não falou!”

Publicado no site Olhar Budista



KOAN ZEN - 67

 

Um monge perguntou a Hui-neng (o Sexto Patriarca Zen):
“Quem herdou o espírito do Quinto Patriarca?”
Hui-neng respondeu:
“Aquele que compreende o Budismo.”
“Teríeis então vós herdado este espírito?” quis saber o monge.
“Não,” replicou o mestre. “Eu não o herdei.”
“Por que não?!?” o monge, naturalmente pasmo, perguntou então.
“Porque não compreendo o Budismo.” Afirmou Hui-neng.

Koan: Vós compreendeis o Budismo?

Publicado no site Olhar Budista



KOAN ZEN - 37

 

Certa vez, um buddhista foi às montanhas procurar um grande mestre, que segundo acreditava poderia lhe dizer a palavra definitiva sobre o sentido da Sabedoria.
Após muitos dias de dura caminhada o encontrou em um belo templo à beira de um lindo vale.
“Mestre, vim até aqui para lhe pedir uma palavra sobre o sentido do Dharma. Por favor, faça-me atravessar os Portões do Zen.”
“Diga-me,” replicou o sábio, “vindo para cá vós passastes pelo vale?”
“Sim.”
“Por acaso ouvistes o seu som?”
Um tanto incerto, o homem disse:
“Bem, ouvi o som do vento como um suave canto penetrando todo o vale.”
O sábio respondeu:
“O local onde vós ouvistes o som do vale é onde começa o caminho que leva aos Portões do
Zen. E este som é toda palavra que vós precisais ouvir sobre a Verdade.”

Publicado no site Olhar Budista


KOAN ZEN - 4

 

Durante as guerras civis no Japão feudal, um exército invasor poderia facilmente dizimar uma cidade e tomar controle. Numa vila, todos fugiram apavorados ao saberem que um general famoso por sua fúria e crueldade estava se aproximando — todos exceto um mestre Zen, que vivia afastado.
Quando chegou à vila, seus batedores disseram que ninguém mais estava lá, além do monge.
O general foi então ao templo, curioso em saber quem era tal homem. Quando ele lá chegou, o monge não o recebeu com a normal submissão e terror com que ele estava acostumado a ser tratado por todos; isso levou o general à fúria.
“Seu tolo!!” ele gritou enquanto desembainhava a espada, “não percebe que você está diante de um homem que pode trucidá-lo num piscar de olhos?!?”
Mas o mestre permaneceu completamente tranquilo.
“E você percebe,” o mestre replicou calmamente, “que você está diante de um homem que pode ser trucidado num piscar de olhos?”

Publicado no site Olhar Budista



KOAN ZEN - 66

 

Um monge perguntou a Joshu: “um cão possui a natureza de Buda?”
Joshu respondeu: “Mu!”
Comentários a este Koan: aqui.

Publicado no site Olhar Budista