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23_04

FUTURO DA HUMANIDADE: CALOR EXTREMO

 

Novo estudo da Universidade de Bristol revela que, em 250 milhões de anos, o Sol estará muito mais quente, ameaçando a sobrevivência da maior parte dos mamíferos da Terra 

No calor extremo, planeta terá extinção de mamíferos, supercontinente e temperatura de até 70ºC

Estudo da Universidade de Bristol usa inteligência artificial para projetar futuro distante, em que os continentes se fundem em um único território, com temperaturas que podem chegar a 70ºC

Estudo da Universidade de Bristol usa inteligência artificial para projetar futuro distante, em que os continentes se fundem em um único território, com temperaturas que podem chegar a 70ºC

calor extremo deve levar à extinção de todos os mamíferos terrestres – entre eles, os humanos – em 250 milhões de anos, quando todos os continentes terrestres voltarão a se unir, na altura dos trópicos. Será um território extremamente quente, seco e, em grande extensão, inabitável. Temperaturas podem alcançar até 70ºC, com altos níveis de umidade nesse supercontinente chamado de Pangeia Última.

Os primeiros modelos climáticos aplicados para um futuro distante mostram que, em 250 milhões de anos, o Sol se tornará mais quente e violentas erupções vulcânicas lançarão grande quantidade de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera.

Isso tornará o planeta tão quente que a grande maioria dos mamíferos não conseguirá sobreviver. Do futuro supercontinente, apenas de 8% a 16% serão habitáveis. O novo estudo, assinado por pesquisadores da Universidade de Bristol, no Reino Unido, foi publicado nesta segunda-feira, 25, na revista Nature Geoscience.

Grécia é um dos países que têm enfrentado incêndios e ondas de calor. Foto: Petros Giannakouris/AP

Ao longo deste ano, o planeta tem visto com mais frequência os efeitos graves das mudanças climáticas. Entre os desastres vistos, estão as ondas de calor e incêndios na Grécia e no Havaí, as enchentes em Hong Kong e na Líbia, além do ciclones seguidos de temporais no Rio Grande do Sul, onde 49 pessoas morreram. Além do aquecimento global, a influência do El Niño tem intensificado os eventos climáticos, dizem os cientistas.

De forma geral, os mamíferos, incluindo humanos, são mais bem adaptados a temperaturas baixas. Várias espécies, por exemplo, desenvolvem pelagem espessa e mecanismos orgânicos, como a hibernação, para enfrentar os períodos mais frios. Mas são menos adaptáveis a situações de calor extremo.

“O novo supercontinente reunirá três problemas: o efeito de continentalidade (que agrava o calor), um Sol efetivamente mais quente e o aumento do lançamento de CO2 na atmosfera (o que contribui para o aquecimento global)”, diz o principal autor do estudo, Alexander Farnsworth, da Universidade de Bristol. “O resultado é um ambiente muito mais hostil no que diz respeito à disponibilidade de alimento.”

Os cientistas estimam que os níveis de CO2 devem aumentar das atuais 400 partes por milhão (ppm) para mais de 600 ppm na época da formação do supercontinente. Isso, claro, se o homem parar de queimar combustível fóssil. Se isso não acontecer, esses valores serão alcançados muito antes.

“Temperaturas de 40ºC a 50ºC, com picos extremos ainda mais altos, junto com altos níveis de umidade vão selar o nosso destino”, disse Farnsworth. “Humanos – e outras espécies – entrarão em extinção dada a sua inabilidade de se proteger por meio do suor (que resfria nosso corpo) de temperaturas tão altas.”

Os pesquisadores destacam que o nível de aumento de temperaturas médias do planeta até agora já afeta a saúde humana. Dizem também que, embora o aquecimento global seja uma consequência irreversível do aumento de emissões de gases de efeito estufa nos últimos 150 anos, é preciso atuar para que as mudanças climáticas ocorram mais devagar.

 


FIM DOS TEMPOS

 


O avanço do aquecimento global pode já ter determinado a data para o fim dos tempos. É o que dizem cientistas da Universidade de Bristol em pesquisa publicada na Nature Geoscience, cujos primeiros modelos climáticos de um supercomputador indicam que os mamíferos devem ter mais 250 milhões de anos na Terra.

Segundo a pesquisa, os extremos climáticos serão dramaticamente intensificados quando os continentes do mundo eventualmente se fundirem para formar um supercontinente quente, seco e em grande parte inabitável.

Processos tectônicos na crosta terrestre, resultando na formação de supercontinentes, também levariam a erupções vulcânicas mais frequentes. Como elas produzem enormes emissões de dióxido de carbono na atmosfera, aquecem ainda mais o planeta.

Os mamíferos, incluindo os humanos, sobreviveram historicamente graças à sua capacidade de se adaptar a extremos climáticos, especialmente por meio de adaptações como pelagem e hibernação no frio, bem como curtos períodos de hibernação em tempo quente.

Alexander Farnsworth, um dos autores e pesquisador sênior associado da Universidade de Bristol, afirmou: "O supercontinente recém-formado efetivamente criaria um triplo golpe, composto pelo efeito de continentalidade, sol mais quente e mais CO2 na atmosfera, aumentando o calor para grande parte do planeta. O resultado é um ambiente principalmente hostil, desprovido de fontes de alimentos e água para os mamíferos.”

"Temperaturas generalizadas entre 40ºC e 50ºC, e até mesmo mais extremas diariamente, aliadas a altos níveis de umidade selariam nosso destino, em última análise. Os humanos — juntamente com muitas outras espécies — pereceriam devido à incapacidade de dissipar esse calor por meio do suor, resfriando seus corpos."

A equipe internacional de cientistas aplicou modelos climáticos, simulando tendências de temperatura, vento, chuva e umidade para o próximo supercontinente — chamado Pangea Ultima —, esperado para se formar nos próximos 250 milhões de anos. Para estimar o futuro nível de CO2, a equipe usou modelos de movimento de placas tectônicas, química oceânica e biologia para mapear entradas e saídas de CO2.

Farnsworth, também professor visitante do Tibetan Plateau Earth System, Environment and Resources (TPESER), no Instituto de Pesquisa do Planalto Tibetano da Academia Chinesa de Ciências, disse: "O panorama no futuro distante parece muito sombrio. Os níveis de dióxido de carbono poderiam ser o dobro dos níveis atuais. Com o sol também previsto para emitir cerca de 2,5% mais radiação e o supercontinente se localizando principalmente nos trópicos quentes e úmidos, grande parte do planeta poderia enfrentar temperaturas entre 40°C e 70°C”.

"Este trabalho também destaca que um mundo dentro da chamada 'zona habitável' de um sistema solar pode não ser o mais hospitaleiro para os humanos, dependendo se os continentes estão dispersos, como hoje, ou em um único supercontinente."


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