Astro seria similar à Terra e estaria localizado depois de Netuno, na região chamada de Cinturão de Kuiper; hipótese ainda precisa ser confirmada por observações astronômicas e estudos
Um planeta similar à Terra pode estar “escondido” nos confins de nosso Sistema Solar, segundo cientistas japoneses. Em novo estudo publicado
neste mês na revista The Astronomical Journal, os astrônomos dizem
que o planeta estaria localizado depois de Netuno, numa região chamada de Cinturão de Kuiper.
“Prevemos a existência de um planeta similar à Terra e alguns
outros objetos transnetúnicos (TNO na sigla em inglês) em órbitas
peculiares nos limites do Sistema Solar”, escreveram os cientistas no novo
trabalho. Os principais autores do novo estudo são Patryk Sofia Lykawka, da
Universidade Kindai, no Japão, e Takashi Ito, do Observatório Astronomico
Nacional do Japão, que investigam os objetos transnetúnicos do Cinturão de
Kuiper.
Cerca de trinta unidades astronômicas depois de Netuno, está o
Cinturão de Kuiper, que abriga rochas geladas e planetas anões, como Plutão,
Quaoar, Orcus e Makemake. Todos eles são muito menores do que a Terra. Mesmo
Plutão, que já foi classificado como planeta no passado, tem apenas 18% do
tamanho da Terra, ou seja, é menor até do que a Lua.
O suposto novo planeta seria de 1,5 a três vezes maior do que a
Terra. Ele estaria localizado entre 200 e 500 unidades astronômicas do Sol e
teria uma órbita inclinada em trinta graus. Uma unidade astronômica equivale a
150 milhões de quilômetros, que é a distância aproximada do Sol até a Terra.
Antes que a existência de um novo planeta seja confirmada, os
cientistas precisam, em primeiro lugar, encontrá-lo exatamente. Para isso, eles
seguem estudando os objetos do Cinturão de Kuiper em busca de perturbações em
suas órbitas que indiquem a presença de algum outro planeta maior.
“Os resultados obtidos em planetas do Cinturão de Kuiper indicam a
existência de um planeta ainda a ser descoberto nos confins do Sistema Solar”,
escreveram os pesquisadores. “Conhecimento mais detalhado da estrutura orbital
nessa região do espaço poderá confirmar ou não a existência de um hipotético
novo planeta.”
Para a astrônoma Duília de Mello, vice-reitora da Universidade
Católica de Washington (EUA), as evidencias apontam para a possibilidade de
esse planeta ser real. “Não podemos descartar a existência, é assim que
funciona a ciência. Existe uma boa possibilidade baseada nos cálculos deles.
Precisamos de outros pesquisadores fazerem os cálculos e de ter outros indícios
da descoberta”, diz ela, colaboradora da Nasa, a agência espacial americana.