OS FENÔMENOS DE PEIXOTINHO
Eram flores naturais e orvalhadas que apareciam, em abundância, do nada; luvas de parafina; flores moldadas na parafina; moldes do rosto de espíritos; materializações completas e incompletas (apenas o busto) de entidades; aporte de pedras de diversos lugares do mundo; chuva de flores, de pétalas naturais; brisa suave; aragem fresca; perfumes deliciosos; voz direta (garganta ectoplásmica); escrita direta; biombos e cadeiras que levitavam; desmaterialização de uma viola; fabricação de remédios homeopáticos; aparecimento de água mineral da França (Vichy); letreiros luminosos com frases inteiras ditadas na hora pelos participantes; além das curas e tratamentos inacreditáveis que ocorriam todos os dias.
A cada sessão era um verdadeiro espetáculo. Em uma única reunião eles chegaram a moldar em parafina, cerca de 100 flores. Para distrair os participantes e evitar que suas mentes divagassem por outras paragens, as entidades utilizavam a música como recurso. Tocavam violão e espíritos dançavam. Enviavam, por escrita direta, ou eles mesmos sentavam à mesa, tomavam a caneta comum e escreviam letra e música de hinos.
Ouvia-se sempre com perfeição e nitidez, no ambiente, os sons produzidos pelos espíritos corporificados, seus movimentos de ir e vir da cabine, dirigindo-se ao balde de parafina fervente e o som característico do molhar das mãos em água fria para o resfriamento e endurecimento das moldagens.
O início dos trabalhos era marcado com um sinal: o aporte de uma ou várias pedras que surgiam do nada. E sempre ao final da reunião ouvia-se uma voz enunciar o êxito ao não da sessão. Muitas vezes, enunciavam através do recurso da voz direta (garganta ectoplásmica) que não haviam conseguido o objetivo esperado e ao acenderem as luzes encontravam botões de rosas, cravos, margaridas ou outras flores, ofertadas por espíritos aos presentes.
Os mentores explicavam que extraíam fluidos (energia ectoplasmática) dos médiuns para tratarem dos doentes. Explicavam também que as tarefas em torno da mediunidade são o resultado de um trabalho em conjunto, de equipe, baseado na unidade de propósitos, capaz de formar um campo psíquico ou, como se diz comumente, uma corrente de energias. Nesse campo movimentam-se os fluidos por força da mente, que plasma e cria, seguindo as determinações do espírito diretor ou controlador.