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RICHARD FEYNMAN


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Richard Phillips Feynman (Nova Iorque11 de maio de 1918 — Los Angeles15 de fevereiro de 1988) foi um físico teórico norte-americano do século XX, foi um dos pioneiros da eletrodinâmica quântica e ficou conhecido pelos seus trabalhos no ramo da formulação integral da mecânica quântica. Pelas suas contribuições para o desenvolvimento da eletrodinâmica quântica, Feynman recebeu o Nobel de Física em 1965 junto ao Julian Schwinger e Shin'ichiro Tomonaga. É irmão mais velho da astrofísica Joan Feynman.[2]

Biografia

Nasceu em Nova Iorque e cresceu em Far Rockaway. Desde criança demonstrava facilidade com ciências e matemática. Cursou física no Instituto de Tecnologia de Massachusetts onde, graças a John Clarke SlaterJulius Adams Stratton e Philip McCord Morse, além de outros professores, era devidamente conceituado.

Na graduação, em colaboração com Manuel Sandoval Vallarta, publicou um artigo sobre os raios cósmicos. Outro artigo foi publicado no mesmo ano, creditado somente a Feynman, versando sobre forças moleculares.

Adicionalmente a seus trabalhos sobre física teórica, Feynman foi pioneiro na área de computação quântica, introduzindo o conceito de nanotecnologia, no encontro anual da Sociedade Americana de Física, em 29 de dezembro de 1959, em sua palestra sobre o controle e manipulação da matéria em escala atômica. Defendeu a hipótese de que não existe qualquer obstáculo teórico à construção de pequenos dispositivos compostos por elementos muito pequenos, no limite atômico, nem mesmo o princípio da incerteza.

Pós graduado no Instituto de Estudos Avançados de Princeton, do qual participou Albert Einstein. Lá, fica sob a supervisão de John Archibald Wheeler, com o qual cria uma teoria de eletrodinâmica clássica equivalente às equações de Maxwell. No seu trabalho, desenvolve a eletrodinâmica quântica, onde utiliza o método da integral de caminho. Participa também do projeto Manhattan.[3]

Torna-se professor da Universidade de Cornell e em seguida do Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech), onde atuou como professor por 35 anos e ministrou 34 cursos, sendo 25 deles cursos de pós graduação avançados, os demais cursos eram, basicamente, introdutórios de pós graduação, salvo o curso de iniciação à física ministrado para alunos dos 1° e 2° anos durante os anos de 1961-1962 e 1962-1963, cursos que originaram uma de suas mais conceituadas obras, o Feynman Lectures on Physics publicado originalmente em 1963. Dois anos depois, em 1965, Feynman recebeu o Nobel de Física por seu trabalho na eletrodinâmica quântica. Além disso, foi um dos primeiros cientistas a propor a ideia de computação quântica[4] e participou da comissão que investigara o acidente do ônibus espacial Challenger, ocorrida em 28 de janeiro de 1986.[5]


Richard Feynman no Brasil

Morte

Feynman tinha duas formas raras de câncer, liposarcoma (linfoma) e macroglobulinemia de Waldenström, morrendo logo após uma última tentativa de cirurgia em 15 de fevereiro, 1988, aos 69 anos de idade. Suas últimas palavras foram registradas como: "Eu odiaria morrer duas vezes. É tão tedioso."

Contribuições à física

A maior contribuição de Feynman à Física foi o desenvolvimento da eletrodinâmica quântica, a qual foi desenvolvida paralelamente por Julian Schwinger e Sin-Itiro Tomonaga. Nela, utiliza o método da integral de caminho. Também trabalhou na superfluidez do hélio líquido.

Na década de 1950, Feynman trabalhou na teoria das interações fracas, e nos anos 1960, ele trabalhou na teoria das interações fortes. Durante uma de suas famosas conferências em Caltech nos 1960s,[6] Feynman concluiu que devido à dilatação do tempo, o núcleo da terra é realmente mais novo do que sua crosta, uma diferença que sugeria provavelmente "um ou dois dias".[7] Esse "fato" foi citado em vários artigos de outros físicos - e até mesmo em manuais universitários,[8] mas ninguém se preocupou em investigar se a estimativa de Feynman era realmente verdadeira.[9] Uma equipe de físicos da Dinamarca descobriu que, desde que nosso planeta veio à existência, o tempo no núcleo tem ficado atrás do tempo na superfície por frações de segundo, em torno de 0,0000000003 de segundo, ao longo da vida da Terra acumulou-se a uma diferença de idade de 1,5 anos. Quando as diferenças de densidade do núcleo e da superfície foram consideradas, esta diferença de idade foi ajustada para 2,5 anos.[10]

Feynman com os colegas físicos Lamb, Oppenheimer, Darrow, Weisskopf, Uhlenbeck, Marshak, Schwinger, Bohm, Pais e Feschbach na Shelter Island Conference de 1947 (Foto: Arquivo IAS).

 



Experiência no Brasil

No começo da década de 1950, Feynman se interessa pela América do Sul e foi lecionar como convidado de Jayme Tiomno no Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas no Rio de Janeiro.[11] Entre 1951 e 1952, Feynman passou vários meses no Brasil e sua estada é relatada no capítulo "O americano, outra vez!" do seu Livro “O senhor está brincando, Sr. Feynman!”. Entre outros assuntos descreve sua divertida experiência com o povo brasileiro, com a língua portuguesa e com a música (percussão e samba). No final do capítulo se utilizou da experiência que teve com seus alunos e suas falhas durante o aprendizado para fazer uma crítica ao método de aprendizado por meio da memorização mecânica em vez de usar o raciocínio.[12][13]

Cultura popular

No filme para TV da BBC Ônibus Espacial Challenger, foi interpretado por William Hurt.[14]

Leitura

  • Livro: "O senhor está brincando, Sr. Feynman!"; Richard P. Feynman; tradução do original em inglês, "Surely You're Joking, Mr. Feynman!", publicado no Brasil pela Editora Elsevier; Rio de Janeiro; 2006.
  • Livro: "O Arco-iris de Feynman"; Leonard Mlodinow, publicado no Brasil pela Editora Sextante; 2005
  • Livro: "Física em 12 Lições: Fáceis e Não tão Fáceis"; Richard P. Feynman.
Em Portugal, escritos por Richard Feynman
  • Livro: "O que é uma lei física?", Gradiva.
  • Livro: "Uma tarde com o senhor Feynman", Gradiva.
  • Livro: "O prazer da descoberta", Gradiva.
  • Livro: "O Significado de Tudo", Gradiva.
  • Livro: "QED", Gradiva.
  • Livro: "Nem sempre a brincar, Sr. Feynman", Gradiva.
  • Livro: "Deve estar a brincar, Sr. Feynman!", Gradiva.

Ver também

Referências

  1.  Richard Feynman (em inglês) no Mathematics Genealogy Project
  2.  Hirshberg, Charles (18 de abril de 2002). «My Mother, the Scientist»Popular Science. Bonnier Corporation. Consultado em 13 de setembro de 2021Cópia arquivada em 28 de setembro de 2015
  3.  James Gleick (17 de fevereiro de 1988). «Richard Feynman Dead at 69; Leading Theoretical Physicist»The New York Times. Consultado em 13 de setembro de 2021
  4.  West, Jacob (junho de 2003). «The Quantum Computer» (PDF). Consultado em 20 de setembro de 2009. Arquivado do original (PDF) em 15 de março de 2009
  5.  Feynman, Richard P (1988). «An Outsider's Inside View of the Challenger Inquiry» (PDF) 1 ed. Physics Today41: 26–37. doi:10.1063/1.881143
  6.  The Feynman Lectures on Physics por Feynman, Leighton e Sands, publicado pela "Caltech" (1963)
  7.  New calculations show Earth's core is much younger than thought por Bob Yirka, publicado por "Phys.org" (2016)
  8.  Earth’s core is two-and-a-half years younger than its crust por Jacob Aron, publicado em "News Scientist" (2016)
  9.  The young centre of the Earth por Ulrik I. Uggerhoj, Rune E. Mikkelsen e Jan Faye, publicado pelo Journal Eur.J.Phys. vol. 37, 035602 (2016) - DOI: 10.1088/0143-0807/37/3/035602 ( arXiv:1604.05507 [physics.ed-ph])
  10.  Earth's core is 2.5 years younger than its crust, new calculations reveal Richard Feynman was wrong... and right! publicado pela "Science Alert" (2016)
  11.  de Castro Moreira, Ildeu (20 de fevereiro de 2018). «Feynman e suas conferências sobre o ensino de física no Brasil»Revista Brasileira de Ensino de Físicadoi:10.1590/1806-9126. Consultado em 13 de setembro de 2021
  12.  Pait, Heloisa (7 de junho de 2018). «A experiência de Richard Feynman no Brasil e o atual ensino das ciências humanas»Estado da ArteEstadão. Consultado em 13 de setembro de 2021
  13.  Baretta, Giulia; de Carvalho Botega, Luiz Fernando; Bazzo, Walter Antonio; Teixeira do Vale Pereira, Luiz (2011). «O senhor Feynman não estava brincando: A educação tecnológica brasileira» (PDF). COBENGE. CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO EM ENGENHARIA-COBENGE, XXXIX. Consultado em 13 de setembro de 2021
  14.  «Richard Feynman at Find a Grave». Consultado em 4 de outubro de 2008

Ligações externas

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