Cientistas anunciam criação de embrião humano com base em células-tronco — Foto: Jornal Nacional/ Reprodução |
Cientistas
anunciam criação de embrião humano com base em células-tronco, sem
espermatozoide nem óvulo
O
estudo de cientistas israelenses pode trazer novas informações sobre células
que podem ser usadas no tratamento de doenças.
Cientistas
anunciam criação de embrião humano com base em uma células-tronco, sem
espermatozoide nem óvulo
Cientistas
israelenses desenvolveram um modelo de embrião humano usando
exclusivamente células-tronco - sem óvulo, nem espermatozoide. O estudo
foi divulgado nesta quarta-feira (06/09/23) na revista “Nature”.
É
o mais perto de um embrião humano que os cientistas já conseguiram reproduzir.
O resultado foi um modelo de embrião quase perfeito, de 14 dias. Nesse estágio,
os órgãos ainda não estão formados. A imagem é de um conglomerado de células.
Para
criar um embrião quase perfeito, os cientistas aumentaram o potencial de
células-tronco para que pudessem se transformar em qualquer outra célula do
corpo humano. Depois, a partir de um processo químico, foram transformadas
em quatro tipos diferentes de célula. Cada uma, responsável por formar uma
parte do embrião. Depois, 120 dessas células foram colocadas em uma espécie de
liquidificador. A mistura formou uma estrutura nova, muito semelhante a um
embrião humano, como se fosse uma maquete.
A
maquete vai ajudar a entender uma etapa da vida ainda pouco conhecida pela
ciência. Os cientistas sabem em detalhes aquilo que aprendemos na escola: que
um embrião nasce depois que um óvulo é fecundado por um espermatozoide.
Mas muitas das mudanças que acontecem nas primeiras semanas depois desta
etapa ainda são desconhecidas. E não é só isso.
Em
muitos países, a lei só permite pesquisas com embriões que tenham até 14 dias
de existência. E quanto mais próximo de se tornar um feto, mais crescem as
implicações éticas e legais para estudos científicos. O doutor Jacob
Hanna, do Instituto de Ciência Weizmann, de Israel, e um dos autores da
pesquisa, explica:
“Estamos
em 2023 e temos absolutamente quase nenhum conhecimento sobre como o ser humano
se desenvolve nos estágios iniciais. Entender isso pode nos ensinar sobre quais
genes são importantes na formação de órgãos. Isto é relevante porque, em muitos
casos, a má formação do feto ocorre nesta fase”, explica Jacob Hanna.