Provável
forma usada por Pitágoras para demonstrar o teorema que leva o seu nome.
Pode-se
dizer que a epistemologia se origina em Platão. Ele opõe a crença ou opinião ("δόξα", em grego) ao conhecimento. A crença é um determinado ponto
de vista subjetivo. O conhecimento é crença verdadeira e justificada.
A teoria
de Platão abrange o conhecimento teórico, o saber que. Tal tipo de
conhecimento é o conjunto de todas aquelas informações que descrevem e explicam
o mundo natural e social que nos rodeia. Este conhecimento consiste em
descrever, explicar e predizer uma realidade, isto é, analisar o que ocorre,
determinar por que ocorre dessa forma e utilizar estes conhecimentos para
antecipar uma realidade futura.
Há outro
tipo de conhecimento, não abrangido pela teoria de Platão. Trata-se do
conhecimento técnico, o saber como.
A
epistemologia também estuda a evidência (entendida não como mero sentimento que temos da verdade do
pensamento, mas sim no sentido forense de prova), isto é, os critérios de reconhecimento da verdade.
Ante a
questão da possibilidade do conhecimento, o sujeito pode tomar diferentes atitudes:
- Dogmatismo: atitude filosófica pela qual podemos adquirir conhecimentos seguros e universais, e ter certeza disso.
- Cepticismo: atitude filosófica oposta ao dogmatismo, a qual duvida de que seja possível um conhecimento firme e seguro, sempre questionando e pondo à prova as ditas verdades. Esta postura foi defendida por Pirro de Élis.
- Relativismo: atitude filosófica defendida pelos sofistas que nega a existência de uma verdade absoluta e defende a idéia de que cada indivíduo possui sua própria verdade, que é em função do contexto histórico do indivíduo em questão.
- Perspectivismo: atitude filosófica que defende a existência de uma verdade absoluta, mas pensa que nenhum de nós pode chegar a ela senão a apenas uma pequena parte. Cada ser humano tem uma visão da verdade. Esta teoria foi defendida por Nietzsche e notam-se nela ecos de platonismo.
Estudos recentes
Segundo
Lalande, trata-se de uma filosofia das ciências, mas de modo
especial, enquanto "é essencialmente o estudo crítico dos princípios, das hipóteses e dos resultados das diversas
ciências, destinado a determinar sua origem lógica (não psicológica), seu valor e
seu alcance objetivo". Para Lalande, ela se distingue, portanto, da teoria
do conhecimento, da qual serve, contudo, como introdução e auxiliar
indispensável.
Portanto,
temos que epistemologia é o estudo sobre o conhecimento científico, ou seja, o
estudo dos mecanismos que permitem o conhecimento de determinada ciência.
Japiassu
distingue dois tipos de Epistemologia
- a Epistemologia global ou geral que trata do saber globalmente considerado, com a virtualidade e os problemas do conjunto de sua organização, quer sejam especulativos, quer científicos;
- a Epistemologia específica que trata de levar em conta uma disciplina intelectualmente constituída em unidade bem definida do saber e de estudá-la de modo próximo, detalhado e técnico, mostrando sua organização, seu funcionamento e as possíveis relações que ela mantém com as demais disciplinas.
Segundo
Trindade “todo conhecimento torna-se, devido à necessária vinculação do meio ao
indivíduo que pertence ao próprio meio, um auto-conhecimento. Essa interação
faz-se cogente pela gênese unívoca entre os muitos integrantes do mundo da vida,
sem olvidar que o homem é um desses integrantes. [...] Ocorre, deste modo, um
acoplamento estrutural entre o sistema nervoso do observador e o meio,
proporcionando, assim, uma mútua transformação/adaptação. O ser é modificado
pelo meio ao qual o próprio ser pertence e modifica”. (2007, p. 97).
veja também: ALVIN PLANTINGA