Respeito e veneração pela natureza e pelo ser humano. A CEC pode levar a um respeito e uma veneração pela natureza e pela vida humana e a uma moral baseada na compreensão. Do ponto de vista da CEC, pode-se afirmar, por exemplo, que cada ser humano existe para desenvolver-se. Isso significa que não temos o direito de matar um ser humano; se ele for perigoso para a sociedade, pode-se confiná-lo, mas deve-se dar-lhe a oportunidade de reconhecer seus erros e regenerar-se. Do ponto de vista materialista, não deveria haver nenhum problema em se matar um ser humano – afinal, ele é só matéria!
É o desrespeito pelo ser humano e para com a natureza, inerente à CM (ver 10.10) que leva muitas pessoas a ficarem insatisfeitas com ela. Note-se que muitos cientistas materialistas não têm esse desrespeito, muito pelo contrário. Só que também aí eles não são coerentes; e a maior incoerência nesse sentido ocorre quando eles chegam a ter veneração pela natureza, pois a matéria não pode venerar coisa alguma e, em si, não pode suscitar veneração.
Sobre esse ponto, vale a pena notar que certos movimentos ecológicos claramente não partem de uma CM, e sim de sentimentos de admiração pela beleza e sabedoria da natureza, bem como de uma intuição de que ela deve ser respeitada. Esse é caso, por exemplo, do movimento de proteção às baleias. Duvido que se possa provar a utilidade delas (exceto economicamente, para baleeiros japoneses...), pois estão no fim da cadeia alimentar. A CEC pode justamente dar uma compreensão do que existe de não-físico nas plantas e animais e como isso é essencial para a humanidade.
Um aspecto muito importante neste item é o reconhecimento de que há uma sabedoria muito grande na natureza – e a maior sabedoria física é encontrada no corpo humano. Do ponto de vista da CM, essa sabedoria é fruto do acaso (ou, para Dawkins, apenas devida à seleção natural [DAW b]). Se uma pessoa acha isso muito simplista, e gostaria de investigar as causas profundas dessa sabedoria, deveria adotar a CEC. Reconhecendo-se a sabedoria no corpo humano, pode-se fazer, por exemplo, a seguinte pergunta: "Como devem ser encaradas as doenças?" Do ponto de vista da CM, as doenças, como vimos em 11.1, são fruto do acaso e, obviamente, não fazem sentido e devem ser eliminadas fazendo-se o possível para que deixem de existir. Já do ponto de vista da CEC, pode-se fazer a hipótese de que uma doença faz parte daquela sabedoria e, portanto, não é fruto do acaso, sendo uma necessidade decorrente da constituição humana. Uma das possibilidades é que a doença faz parte do caminho de desenvolvimento individual e coletivo. Nesse sentido, o papel do médico deveria mudar radicalmente: em lugar de simplesmente eliminar uma doença que um paciente tem, ele deveria ajudá-lo a suplantá-la adequadamente, desenvolvendo-se por meio dela; obviamente, isso não deve colocar a vida do paciente em risco.
Falando de doenças, aqui no Brasil temos um caso típico de resultado de mentalidade materialista: a adição de iodo ao sal, para prevenir o bócio. É impossível encontrar-se sal sem iodo, pois isso é proibido por lei. Em primeiro lugar, isso significa uma medicação forçada, o que vai contra a liberdade individual. Em segundo lugar, parece que já há indícios de que esse iodo está provocando problemas, como por exemplo de hipertiroidismo, como publicado na revista Pesquisa FAPESP em 2/2005 [http://www.revistapesquisa.fapesp.br/?art=2671&bd=1&pg=1&lg=]. Em terceiro lugar, obviamente se há falta de ingestão de iodo em algumas populações, estas deveriam ser orientadas a ingeri-lo, sem forçarem-se todos no país a fazê-lo. Nos EUA há um caso semelhante: a fluoretação da água. Lá, onde é uma tradição tomar-se água da torneira, 67% da população com fornecimento público de água recebem-na fluoretada [FAG, p. 60]. Já há estudos recentes mostrando que essa fluoretação pode estar significando excesso de ingestão de flúor, principalmente quando a alimentação é balanceada, acrescida de uso de pastas de dentes com essa substância: em 2006 o National Research Council produziu um relatório que chegou à conclusão de que "o limite atual de flúor na água – 4 mg/l – deveria ser diminuído devido a perigos para a saúde de adultos e crianças. [...] Em adultos, esse nível de flúor parece aumentar o risco de fratura dos ossos e, possivelmente, de fluorose moderada do esqueleto, um endurecimento doloroso das juntas." [p. 59.] Obviamente, o flúor não influencia apenas os dentes, mas todos os ossos: aquele relatório concluiu que "Se bem que o flúor pode aumentar o volume dos ossos, a sua resistência aparentemente diminui. [...] 9 dos 12 membros do grupo [que produziu o relatório] concluíram que uma exposição à água fluoretada a 4 mg/l ou mais durante toda a vida realmente aumenta o risco de fraturas. [...] A questão ainda maior pairando sobre [looming over] o debate sobre o flúor é se esses efeitos celulares nos ossos e dentes são indicações de que o flúor está afetando outros órgãos e levando a outras doenças além da fluorose. O maior debate atual é sobre osteosarcoma – a forma de câncer dos ossos mais comum e o câncer mais frequente em crianças" [p.63.] Tenho certeza que outros fatores não estão sendo investigados, como por exemplo um possível endurecimento dos sentimentos Em 1983, 145 municípios do Estado de São Paulo já faziam fluoretação da água [www.scielosp.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-89101983000300005&lng=pt].
É o desrespeito pelo ser humano e para com a natureza, inerente à CM (ver 10.10) que leva muitas pessoas a ficarem insatisfeitas com ela. Note-se que muitos cientistas materialistas não têm esse desrespeito, muito pelo contrário. Só que também aí eles não são coerentes; e a maior incoerência nesse sentido ocorre quando eles chegam a ter veneração pela natureza, pois a matéria não pode venerar coisa alguma e, em si, não pode suscitar veneração.
Sobre esse ponto, vale a pena notar que certos movimentos ecológicos claramente não partem de uma CM, e sim de sentimentos de admiração pela beleza e sabedoria da natureza, bem como de uma intuição de que ela deve ser respeitada. Esse é caso, por exemplo, do movimento de proteção às baleias. Duvido que se possa provar a utilidade delas (exceto economicamente, para baleeiros japoneses...), pois estão no fim da cadeia alimentar. A CEC pode justamente dar uma compreensão do que existe de não-físico nas plantas e animais e como isso é essencial para a humanidade.
Um aspecto muito importante neste item é o reconhecimento de que há uma sabedoria muito grande na natureza – e a maior sabedoria física é encontrada no corpo humano. Do ponto de vista da CM, essa sabedoria é fruto do acaso (ou, para Dawkins, apenas devida à seleção natural [DAW b]). Se uma pessoa acha isso muito simplista, e gostaria de investigar as causas profundas dessa sabedoria, deveria adotar a CEC. Reconhecendo-se a sabedoria no corpo humano, pode-se fazer, por exemplo, a seguinte pergunta: "Como devem ser encaradas as doenças?" Do ponto de vista da CM, as doenças, como vimos em 11.1, são fruto do acaso e, obviamente, não fazem sentido e devem ser eliminadas fazendo-se o possível para que deixem de existir. Já do ponto de vista da CEC, pode-se fazer a hipótese de que uma doença faz parte daquela sabedoria e, portanto, não é fruto do acaso, sendo uma necessidade decorrente da constituição humana. Uma das possibilidades é que a doença faz parte do caminho de desenvolvimento individual e coletivo. Nesse sentido, o papel do médico deveria mudar radicalmente: em lugar de simplesmente eliminar uma doença que um paciente tem, ele deveria ajudá-lo a suplantá-la adequadamente, desenvolvendo-se por meio dela; obviamente, isso não deve colocar a vida do paciente em risco.
Falando de doenças, aqui no Brasil temos um caso típico de resultado de mentalidade materialista: a adição de iodo ao sal, para prevenir o bócio. É impossível encontrar-se sal sem iodo, pois isso é proibido por lei. Em primeiro lugar, isso significa uma medicação forçada, o que vai contra a liberdade individual. Em segundo lugar, parece que já há indícios de que esse iodo está provocando problemas, como por exemplo de hipertiroidismo, como publicado na revista Pesquisa FAPESP em 2/2005 [http://www.revistapesquisa.fapesp.br/?art=2671&bd=1&pg=1&lg=]. Em terceiro lugar, obviamente se há falta de ingestão de iodo em algumas populações, estas deveriam ser orientadas a ingeri-lo, sem forçarem-se todos no país a fazê-lo. Nos EUA há um caso semelhante: a fluoretação da água. Lá, onde é uma tradição tomar-se água da torneira, 67% da população com fornecimento público de água recebem-na fluoretada [FAG, p. 60]. Já há estudos recentes mostrando que essa fluoretação pode estar significando excesso de ingestão de flúor, principalmente quando a alimentação é balanceada, acrescida de uso de pastas de dentes com essa substância: em 2006 o National Research Council produziu um relatório que chegou à conclusão de que "o limite atual de flúor na água – 4 mg/l – deveria ser diminuído devido a perigos para a saúde de adultos e crianças. [...] Em adultos, esse nível de flúor parece aumentar o risco de fratura dos ossos e, possivelmente, de fluorose moderada do esqueleto, um endurecimento doloroso das juntas." [p. 59.] Obviamente, o flúor não influencia apenas os dentes, mas todos os ossos: aquele relatório concluiu que "Se bem que o flúor pode aumentar o volume dos ossos, a sua resistência aparentemente diminui. [...] 9 dos 12 membros do grupo [que produziu o relatório] concluíram que uma exposição à água fluoretada a 4 mg/l ou mais durante toda a vida realmente aumenta o risco de fraturas. [...] A questão ainda maior pairando sobre [looming over] o debate sobre o flúor é se esses efeitos celulares nos ossos e dentes são indicações de que o flúor está afetando outros órgãos e levando a outras doenças além da fluorose. O maior debate atual é sobre osteosarcoma – a forma de câncer dos ossos mais comum e o câncer mais frequente em crianças" [p.63.] Tenho certeza que outros fatores não estão sendo investigados, como por exemplo um possível endurecimento dos sentimentos Em 1983, 145 municípios do Estado de São Paulo já faziam fluoretação da água [www.scielosp.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-89101983000300005&lng=pt].